domingo, 29 de agosto de 2010

ESCLARECENDO O ANTI - SEMITISMO DO NAZISMO.





Luan alendes

Graduado em história – UERN



   Sem duvida alguma, os horrores cometidos pela Alemanha Nazista na segunda guerra mundial foram aterrorizantes, a matança de judeus, homossexuais e negros nos campos de concentração da Alemanha e da polônia foi um dos acontecimentos mais vergonhosos da história da humanidade, se é que podemos classificar isso como um ato de seres humanos. Muitos se perguntam! Como isso pode acontecer? Porque ninguém impedia isso? A população da Europa e do mundo sabiam desses atos?

   O que muito se pensa, É que naquela época quase ninguém sabiam da existência dos campos de concentração, e que as tramas da Alemanha nazista de Adolf Hitler eram escondidas da população alemã e da comunidade internacional.

   Atualmente, é provado definitivamente que toda a população na Alemanha nazista e a comunidade internacional sabiam o que acontecia por trás dos muros dos campos de concentração, era de conhecimento de todos, o que o estado nazista estava realizando: experiências cientificas com humanos, matanças raciais, inalação de gases tóxicos e outros tantos absurdos. Naquela época foram publicados vários artigos de jornais e revistas noticiando os acontecimentos e horrores dentro dos campos de concentração, por exemplo, em dezembro de 1945, sabiam-se, pela imprensa norte americana, que mil judeus de Varsóvia haviam sidos mortos por inalação forçada de gases venenosos. Bem antes disso, em 1934, jornais austríacos publicavam reportagens sobre os acontecimentos no campo de Dachau que ficava a cinco quilômetros da cidade de Munique no sul da Alemanha, fotos de maus tratos, fuzilamentos, torturas das vitimas foram publicadas. Os nazistas tomavam cuidado para que isso não fosse noticiado, mas era muito difícil controlar a imprensa, sempre acabava sendo divulgado algo.

   De acordo com LENHARO, a população alemã era convicta do que o estado nazista cometia dentro dos campos de concentração com judeus, e conseqüentemente mostrava-se a favor na medida em que consentia com tais atos, e também chegavam a participar da idéia racista, quando muitos se apresentavam voluntariamente em prontidão aos chamados dos carrascos nazistas para fuzilar centenas de judeus indefesos, faziam isso, porque na verdade eram anti-semitas convictos. ( 1995, p.9).

   Portanto, a população alemã e a comunidade internacional estavam cientes do que a Alemanha nazista estava realizando naquela época, não podemos dizer que os atos raciais dos nazistas foram acontecimentos realizados apenas pelos componentes do governo do estado de Hitler, pois à medida que a sociedade alemã sabe dos acontecimentos nos campos, ela estava permitindo que isso acontecesse. Até pouco tempo atrás, os livros didáticos da Alemanha não retratava o assunto do regime nazista, esse assunto não era visto nas escolas, isso deve-se a dois fatores: primeiro pelo fardo da culpa, em tentar exterminar outras pessoas chamadas de “raças inferiores” – os judeus, e segundo pela vergonha de assumir que aqueles atos foram atos coletivos e não apenas realizado pelos integrantes do governo de Hitler, mas sim pela sociedade alemã.

   Devemos ressaltar aqui, o porquê de a sociedade alemã ser uma das grandes culpadas pela realização de um dos atos mais vergonhosos da humanidade – o Holocausto. Para entendermos um pouco a sociedade alemã, devemos analisar o contexto da época e através disto conseguimos compreender o porquê dos atos racistas.

   Ao analisarmos o contexto histórico Europeu do final do século XIX e inicio do século XX, percebemos que a idéia do racismo com judeus, negros e homossexuais não é um pensamento só do governo nazista e tampouco da sociedade alemã, mas sim uma idéia difundida em toda a sociedade Européia, ou seja, não é uma idéia isolada do governo nazista. Isso deve-se ao aparecimento de algumas teorias tidas como cientificas, que estabelecia a existência de raças humanas inferiores e outras superiores, estas teorias são: o Darwinismo social, a Craniologia e a Eugenia. Foram essas teorias, apresentadas como cientificas que formulou a idéia racista na sociedade Européia.

   “A evolução das espécies” foi uma teoria elaborada pelo cientista inglês Charles Darwin no século XIX, onde o tema central da discussão era a evolução dos mais fortes, segundo o Darwin apenas as espécies mais fortes e superiores tenderiam a sobreviver, e as inferiores entrariam em extinção, foi aparte dessa teoria, que surgiu na Europa o pensamento do darwinismo social, onde de acordo com a teoria existiam diferentes “raças humanas”, algumas superiores e outras inferiores, de acordo com esse pensamento a raça européia era a raça superior e as outras tenderiam a desaparecer.

   Craniologia foi outra teoria vista como cientifica que proliferou ainda mais o pensamento racista na sociedade européia, essa teoria tinha como base de estudo os crânios humanos, era feito a comparação de diferentes crânios humanos para concluírem que existiam “raças humanas” com crânios maiores e mais bem estruturados, e conseqüentemente para concluírem que existem raças humanas superiores á outras, os grupos humanos que possuíam os crânios maiores e mais definidos eram raças que tinha a capacidade de subjugar outras.

   Outra teoria bastante difundida na Europa foi a Eugenia, essa teoria ganhou muita importância no final do século XIX e inicio do século XX, foi na Inglaterra que muitos estudos foram feitos, patrocinados inclusive pela fundação Rockefeller, um dos maiores grupos de empresário do mundo naquela época. De acordo com essa teoria a “raça européia” era uma “raça humana” superior as demais, mas estava ameaçada, pois as raças humanas tidas como inferiores, negros, judeus, homossexuais, deficientes mentais não estavam em processo de desaparecimento, ou seja, não estavam sucumbindo como previa o “darwinismo social”, e isso coloca em risco a “raça pura” – A Européia. E para a eugenia, algo deveria ser feito, teria de haver um controle destas raças humanas postas como inferiores, até mesmo para a preservação da raça pura.

   Para os dias atuais estas teorias raciais parecem um absurdo. Mas foram colocadas para a sociedade européia no final do século XIX e inicio do século XX como teorias inquestionáveis e com patamar de ciência, e para aquela época o conceito de teoria cientificas era verdades confiáveis. Portanto estas teorias tinham ares de ciências sendo totalmente aceita pela sociedade européia, ou seja, esse pensamento racial estava totalmente enraizado na cultura da sociedade européia, o pensamento racista europeu não foi uma atitude criada da noite para o dia, e sim através de uma sistemática séria de estudos tidos como científicos discutidos por quase um século no continente europeu.

   Portanto, a Alemanha Nazista de Hitler estava dentro deste contexto histórico, e assim como toda a sociedade européia a Alemanha enraizou culturalmente essa idéia racista. Mas o grande diferencial foi que a Alemanha Nazista colocou em pratica o pensamento racial. O estado nazista levou a fundo as teorias raciais, com a construção dos campos de concentração para o extermínio de judeus (onde 6 milhões de judeus foram mortos), e com o consentimento da sociedade alemã e boa parte da Europa, onde os alemães colocaram a raça ariana como sendo a raça humana superior as demais. Portanto não podemos jamais entender ou dizer que a perseguição aos judeus, homossexuais e negros na Alemanha nazista foi uma realização racista apenas do Hitler e seu governo ou de uma dúzia de pessoas, mas sim um ato coletivo da sociedade alemã. O governo de Hitler colocou em prática o que já estava difundido e enraizado na mentalidade européia e conseqüentemente na Alemanha, por conta das teorias raciais.





LENHARO, Alcir. Nazismo: o triunfo da vontade. São Paulo, ática, 1995.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

UMA PERGUNTA NÃO QUER CALAR! O QUE É SER UM HISTÓRIADOR?

Luan alendes

Graduado em história, UERN



    De acordo com a Ângela de Castro Gomes em sua obra “História e historiadores”, o historiador não é apenas um historiador, e sim também um pouco antropólogo, geógrafo, sociólogo e outras áreas de conhecimento que envolva o estudo do ser humano e a sociedade.

    O historiador é o responsável pela construção sistemática dos fatos históricos e temáticas sobre as ações dos homens, cabe ao historiador analisar de maneira cientifica e sistemática as fontes históricas para o esclarecimento do objeto estudado, cada profissional tem sua maneira especifica de analisar suas fontes, pois a formação profissional de cada um tem suas particularidades, existem várias correntes historiográficas e campos de estudo, onde em particular o historiador opta por sua área especifica.

    O historiador deve está atento as várias mudanças que pode ocorrer na interpretação de um fato histórico, pois todo historiador deve saber que os fatos históricos são temporais, a história é relativa e a verdade absoluta é sempre questionada no campo de estudo da história, todo e qualquer historiador deve ter a consciência que os fatos históricos sofrem criticas e mudanças, estão sempre sendo reescritos por diferentes pontos de vista, pois cada historiador tem sua formação historiográfica e campo de estudo diferente, possibilitando diversas interpretações dos fatos históricos.

    Cada historiador tem sua vertente a ser seguida. De acordo com o ponto de vista dos historiadores um fato histórico pode ter vários sentidos, vejamos o golpe militar de 1964 no Brasil, ele pode ser visto por uma vertente política, assim também como por uma vertente econômica, social ou cultural; ou seja, o ofício do historiador é interpretar o fato histórico usando sua metodologia de pesquisa onde foi formado e seguindo os parâmetros científicos e metodológicos de maneira responsável.

    O historiador Também deve ter a consciência que um fato histórico interpretado e construído por ele pode sofrer criticas e ser interpretado de maneira diferente com outra visão, podemos observar alguns exemplos ocorridos, como, “a guerra do Paraguai (1864-1870)” que há muito tempo vinha sendo interpretado pela historiografia tradicional de maneira que o Paraguai era atrasado e a causadora do conflito tinha sido a influencia da Inglaterra; atualmente novas interpretações foram feitas, novos estudos históricos foram realizados, a idéia é que o Paraguai não era necessariamente atrasado pois existia um grau de industrialização no país, e também descobre-se que a Inglaterra não teve aquela influencia tamanha que a historiografia tradicional defendia, em fim não entraremos em detalhes neste assunto, o interessante é observamos como o fato histórico pode ser visto por vários ângulos pelos historiadores, ou seja, o mesmo fato histórico pode ser visto de vários maneiras e o mesmo documento analisado pode significar uma outra visão.

    O historiador moderno, após o século XIX, é um historiador que interpreta as fontes históricas seja ela escrita ou não. Hoje, o conceito de fonte para o historiador é muito abrangente, desde que seja usada corretamente podem ser utilizados vários meios que possa contribuir para a construção do fato. Escrita, imagens, oral, sendo usado como prega os meios historiográficos essas fontes podem ser utilizadas.

    Devemos lembrar, o historiador sabe que o quanto mais distante do fato ocorrido no tampo ele esteja, a sua analise e estudo do acontecimento será mais precisa, ou seja, para o historiador é mais viável analisar um fato ocorrido há muitos anos, como séculos, que um acontecimento há cinco ou dez anos atrás. Como comentou a Ângela de castro “é do alto da montanha e dos ombros do gigante que contemplamos um horizonte mais amplo”.









O historiador

O HISTORIADOR



A fundação deste blog é um dos meios utilizados para mostrar o importante papel do historiador no meio social, usaremos para transmitir conhecimentos de alguns fatos históricos do Brasil e do mundo. Por incrível que pareça só neste ano de 2010 essa profissão foi legalizada no senádo federal como uma profissão dentre tantas outras no Brasil. Se esse fato pode ser interpretado como descriminação? Não sabemos, mas, que o historiador e sua profissão foram desrespeitados isso não duvidamos...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sejam bem vindos...

Esse blog estara pronto para informar as novas visões historiográficas no campo de estudo da história, portanto sejam bem vindos ao espaço do conhecimento...