domingo, 24 de outubro de 2010

O REGIME MILITAR BRASILEIRO 1964-1985.



Luan Alendes
Graduado em história UERN


 A REPRESSÃO SÓCIAL.

Em novembro de 1966, antigos simpatizantes do golpe militar, liderados por Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek, lançaram “a frente ampla”, uma entidade suprapartidária de oposição civil. (NAPOLITANO, 1998, p:24).

Logo após o golpe militar de 1964, alguns setores da sociedade brasileira, como a classe política civil que tinha apoiado o golpe militar, perceberam que não teriam espaço no novo sistema de governo militar que se formavam nos anos iniciais da ditadura, alguns membros da classe civil tiveram seus direitos políticos cassados, foi neste momento onde a ditadura militar começou a mostrar sua face repressiva.
A classe estudantil do Brasil sofreu algumas sanções feitas pelo governo militar, “Todas as entidades estudantis ficava sujeita ao controle do estado” (NAPOLITANO, 1998, p: 19). O governo militar fez um acordo com uma agencia educativa Norte Americana (USAID), em julho de 1965 para realizar uma reforma universitária, que visava preparar o estudante para atender as necessidades de mão-de-obra no país, deixando pouco espaço para a formação intelectual do estudante brasileiro.
Parte da classe política civil do país ficou insatisfeita com o novo governo, porem no inicio não fez uma oposição muito forte contra o regime militar. Em contra partida, a classe estudantil revoltada inclusive com a reforma universitária citada no parágrafo acima e o controle do governo militar sobre os meios estudantis, gerou movimentos radicais Contra a ditadura por parte dos estudantes. “As expectativas da oposição civil acabaram sendo catalisadas pelos movimentos estudantis” (NAPOLITANO, 1998, p: 24). No dia 22 de setembro 1966, o movimento estudantil convocou o dia nacional contra a ditadura, ocasionando vários conflitos com a polícia em várias cidades do país.
Os meios repressivos da ditadura também chegaram á imprensa. No momento do golpe de 1964, grande parte da imprensa brasileira tinha apoiado o acontecimento, porem em 1967 foi decretado pelo governo militar a “lei de imprensa”, causando grande mal-estar entre os jornalistas e empresas de comunicação, pois esta lei limitava e editava sanções sobre os meios comunicativos. Grande parte da imprensa ficou insatisfeita com a decisão decretada pelo novo governo, as empresas de comunicação não fizeram uma oposição radical como a classe estudantil, mas passou a divulgar criticas ao regime militar. “O jornal carioca correio da manhã, publicou um manifesto contra essa lei em 3 de janeiro de 1967”.(NAPOLITANO,1998,p:25).
Um grande pólo de oposição ao regime militar no Brasil foi os artistas, a sociedade civil brasileira encontrou em alguns deles uma forma de expressar-se contra a ditadura, o teatro e as musicas politizadas que os artistas da época faziam criticando a ditadura, atraíram o público brasileiro que era contra o regime militar. “Serviram como porta-voz de grande parcela da sociedade” (NAPOLITANO, 1998, p: 26). Esse foi um dos meios utilizados pelo povo brasileiro para protestar contra a ordem vigente, alias, foram a música popular e o teatro  as maiores vitimas da censura imposta aparte de 1969.

A seqüência de conflitos entre soldados e estudantes atingiu seu ponto Maximo em 21 de julho de1968, na chamada sexta feira sangrenta: a cidade do rio de janeiro foi palco de um violento conflito de rua, no qual morreram quatro manifestantes, e mais de vinte foram feridos a bala. (NAPOLITANO, 1998, p: 31).

Em 1968 a sociedade brasileira mostrou de uma vez por todas a sua insatisfação com o regime militar, foi o ano dos maiores protestos, principalmente da classe estudantil, entretanto foi também o ano em que o regime militar mostrou sua força física, reprimindo com violência os movimentos e acabando com as articulações protestantes.
O regime militar brasileiro, após 1968 fecha o cerco sobre a sociedade brasileira, ou seja, radicaliza a repressão sobre a sociedade civil. Diante das revoltas sociais, o governo militar reprime duramente os críticos da ditadura. Um dos aparelhos legais criados pela ditadura para controlar e reprimir a sociedade brasileira foi a criação do ato institucional n°5 ou simplesmente o AI-5, criado em 12 dezembro de 1968.
Logo depois que o AI-5 foi decretado, o general Emilio Garrastazu Médici entra na presidência do país, e foi em seu mandato (1969-1974) que a repressão social se caracterizou mais. “O país passaria pelo período mais repressivo de todos os governos militares” (COSTA e MELLO, 1999, p: 370). Perseguições, cassação de mandatos, repressão, tortura e prisões foram algumas das formas utilizadas pelo governo militar para controlar a sociedades e os protestos no país, isso caracterizou o governo de Médici, O governo impunha uma doutrina de segurança nacional, “Onde qualquer cidadão era possível de ser acusado de subversão” (NAPOLITANO, 1998, p: 35). Podendo o cidadão ser preso torturado e até morto com base em uma simples suspeita, Napolitano afirma que: “Os que exerciam profissionalmente qualquer atividade de pensamento (professores, jornalistas, artistas, estudantes) eram os mais vigiados.” (p: 35).
A classe formadora de opinião no Brasil no momento do regime militar, era perseguida e vigiada de perto pelo governo, caso um individuo fosse acusado de conspirar contra o regime militar ele seria aprisionado e submetido a torturas. O governo militar justificava que a tortura era para extrair informações, mas segundo o historiador Marcos Napolitano “Este era o objetivo secundário, pois o primário era a destruição física e psicológica do militante de oposição”. (1998, p: 37). Com esse sistema, a tortura impedia não só a recuperação como pessoa humana, mas também o seu retorno, a organizações revolucionarias. “A tortura era a materialização do circulo do medo, nesse sentido ela foi eficaz” (NAPOLITANO, 1998, p: 37).

sábado, 18 de setembro de 2010

A VENDA DAS ESPOSAS NA INGLATERRA DO SECULO XVIII E XIX


Luan Alendes
Graduado em história UERN


     Os jornais ingleses, notes and queries e o the times, no século XVIII e XIX noticiaram vários casos de vendas de esposa nos mercados e feiras da Inglaterra pelos seus maridos. O historiador inglês THOMPSON, colheu nos antigos jornais ingleses 218 casos noticiados entre 1760 e 1880, segundo o THOMPSON essa pratica passou a ser bastante noticiada na imprensa inglesa pela quantidade de casos que estava ocorrendo na Inglaterra, essa pratica estava se tornando muito comum no território britânico, ou seja, tornou-se muito freqüente e normal esse evento.
     Essa pratica de vender a esposa, nos dias atuais parece um ato de barbaridade e falta de respeito entre os seres humanos, claro se observarmos o fato com uma mentalidade de nossa época. Mas essa prática era muito comum na Inglaterra do século XVIII e XIX entre a classe social plebéia inglesa – era a classe social de menos poder econômico e político na Inglaterra. Quando um casal queria se separar eles praticava o cerimonial de venda, esse cerimonial às vezes era forçado, mas na maioria das vezes era planejado entre o casal. Veja como ocorria o ritual da venda.


A venda deveria ocorrer numa praça de mercado ou outro local semelhante ao comercio. Embora se tenha noticia que ocorria também em cais de porto e tavernas (...). A venda às vezes era precedida por um anuncio publico, podia usar o sineiro da cidade para dar a notícia ou o marido podia andar pelo mercado com um cartaz com o aviso da venda. ( Thompson, p:316.1998)

Veja um aviso: "este é para informar ao publico que James Cole está disposto a vender sua mulher em leilão. Ela é uma mulher decente e limpa, com 25 anos, a venda deve o correr em New Inn na quinta feira às sete horas."
 
A corda era essencial para o ritual. A mulher ela levada ao mercado presa por uma corda, em geral amarrada ao redor do pescoço, às vezes ao redor da cintura. No mercado alguém deveria fazer o leilão, o marido ou um funcionário do mercado. Quando a venda acontecia, o par recém casado saiam sós ou os três juntos - a esposa o vendedor e o comprador. Após a venda os envolvidos redigiam um contrato em quanto bebiam juntos. (Thompson,p: 320. 1998).


     Mas esse assunto é muito complexo, precisamos observar alguns dados importantes sobre esse evento e refletir um pouco sobre ele. Precisamos analisar um pouco o contexto histórico, observando principalmente como aconteciam os casamentos e divórcios na Inglaterra nessa época. Segundo o THOMPSON essa prática da venda era tida como um costume cultural entre a classe plebéia inglesa, classe essa que era conhecida como os grupos sociais mais humildes da Inglaterra viviam em péssimas condições de vida, o trabalho era agrário, as casas eram humildes. E essa pratica por ser levada como uma questão cultural nem o clero e nem o estado interferia no costume. De acordo com o THOMPSON, outras nações da Europa e também da a America debochavam da prática na Inglaterra e criticava o governo inglês, "Uma nação que se empenhou tanto para acabar com a escravidão negra e não consegue proibir a venda de esposas".
    Quando falamos em casamento na Inglaterra do século XVIII e XIX, o que acontecia era muito interessante, o estado ainda não era secular, ou seja, não realizava casamentos, esse papel era da igreja (Anglicana), o clero realizava os casamentos, por sinal quem tinha o privilegio de casar perante o clero eram as classes mais altas e nobres da Inglaterra, a classe plebéia dificilmente tinha essa honra. Quanto ao divorcio, essa pratica não era oficializada na Inglaterra, não existia formas de divorcio, o estado ainda não realizava o divorcio muito menos a igreja.
     Uma ciosa interessante que podemos observar no ritual da venda foi a normalidade com que a prática passou a ser encarada, ou seja, o processo ficou tão corriqueiro que passou a ser visto como uma coisa muito normal na época.
     Percebemos também nesse ritual de venda, que às vezes nesse processo o marido e a esposa planejavam o negocio, ou seja, concordavam com a venda, em outros casos a venda era forçada, teve casos onde havia uma combinação com o comprado antes de chegar ao mercado, muitas vezes o negocio estava combinado e o comprador em alguns casos era o amante.
     Chegamos agora no ponto mais interessante do assunto. Porque fazer todo esse ritual "colocar uma corda no pescoço da esposa e vender no mercado"? Principalmente quando o negocio já tinha sido acertado antes de ir  ao mercado!
     Pelo fato de não existir formas oficiais de divorcio, pois o estado e o clero não realizavam essa pratica, a venda das esposas se caracterizava como uma separação ou ato de divorcio, ou seja, esse ritual era uma forma de mostrar a publico que estava acontecendo uma separação. A venda também simbolizava um casamento do comprador e a esposa vendida, já que dificilmente o clero realizava casamentos da classe plebéia.
    A venda das esposas na Inglaterra do século XVIII e XIX tornou-se uma forma oficial do homem mostrar a publico que não estava mais casado com a mulher, e que as dividas da mulher não era mais responsabilidade dele. Então essa prática firmou-se como meio oficial de divorcio entre a classe plebéia. Mesmo o negocio sendo combinado nos bastidores com o comprador, teria que acontecer todo o teatro da venda, com a corda e o leilão no mercado, pois todo esse teatro era a forma mais confiável de separação naquela época na Inglaterra, o fato de estar praticando o leilão ou venda a publico oficializava o divorcio.
     Essa prática era uma realidade naquele momento da história, onde a quantidade de fatos ocorridos tornou esse negocio em uma forma confiável de separação e divorcio, existia também um documento oficial no processo da venda, tornando o ato ainda mais seguro para aquela sociedade camponesa.
     Esse negocio da venda ficou tão importante na questão de oficializar o divorcio, que os casais que já eram separados há algum tempo, decidiam realizar todo o teatro de venda, exatamente para mostrar a publico que estavam divorciados, mesmo que a venda da esposa seja para o amante da mulher.
     Portanto esse ato realizado na Inglaterra do sec.XVIII e XIX de levar a mulher amarrado por uma corda no pescoço ou na cintura para o mercado anunciar sua venda e leiloá-la é todo um teatro para mostrar a publico de forma oficial que o casal estava se divorciando.

Bibliografia:

THOMPSON, E.P. Costumes em comum; revisão técnica Antonio negro, Cristina Meneguelli, Paulo Fontes. – São Paulo: editora Unicamp, 1998. (A venda das esposas. P: 305-353).

domingo, 29 de agosto de 2010

ESCLARECENDO O ANTI - SEMITISMO DO NAZISMO.





Luan alendes

Graduado em história – UERN



   Sem duvida alguma, os horrores cometidos pela Alemanha Nazista na segunda guerra mundial foram aterrorizantes, a matança de judeus, homossexuais e negros nos campos de concentração da Alemanha e da polônia foi um dos acontecimentos mais vergonhosos da história da humanidade, se é que podemos classificar isso como um ato de seres humanos. Muitos se perguntam! Como isso pode acontecer? Porque ninguém impedia isso? A população da Europa e do mundo sabiam desses atos?

   O que muito se pensa, É que naquela época quase ninguém sabiam da existência dos campos de concentração, e que as tramas da Alemanha nazista de Adolf Hitler eram escondidas da população alemã e da comunidade internacional.

   Atualmente, é provado definitivamente que toda a população na Alemanha nazista e a comunidade internacional sabiam o que acontecia por trás dos muros dos campos de concentração, era de conhecimento de todos, o que o estado nazista estava realizando: experiências cientificas com humanos, matanças raciais, inalação de gases tóxicos e outros tantos absurdos. Naquela época foram publicados vários artigos de jornais e revistas noticiando os acontecimentos e horrores dentro dos campos de concentração, por exemplo, em dezembro de 1945, sabiam-se, pela imprensa norte americana, que mil judeus de Varsóvia haviam sidos mortos por inalação forçada de gases venenosos. Bem antes disso, em 1934, jornais austríacos publicavam reportagens sobre os acontecimentos no campo de Dachau que ficava a cinco quilômetros da cidade de Munique no sul da Alemanha, fotos de maus tratos, fuzilamentos, torturas das vitimas foram publicadas. Os nazistas tomavam cuidado para que isso não fosse noticiado, mas era muito difícil controlar a imprensa, sempre acabava sendo divulgado algo.

   De acordo com LENHARO, a população alemã era convicta do que o estado nazista cometia dentro dos campos de concentração com judeus, e conseqüentemente mostrava-se a favor na medida em que consentia com tais atos, e também chegavam a participar da idéia racista, quando muitos se apresentavam voluntariamente em prontidão aos chamados dos carrascos nazistas para fuzilar centenas de judeus indefesos, faziam isso, porque na verdade eram anti-semitas convictos. ( 1995, p.9).

   Portanto, a população alemã e a comunidade internacional estavam cientes do que a Alemanha nazista estava realizando naquela época, não podemos dizer que os atos raciais dos nazistas foram acontecimentos realizados apenas pelos componentes do governo do estado de Hitler, pois à medida que a sociedade alemã sabe dos acontecimentos nos campos, ela estava permitindo que isso acontecesse. Até pouco tempo atrás, os livros didáticos da Alemanha não retratava o assunto do regime nazista, esse assunto não era visto nas escolas, isso deve-se a dois fatores: primeiro pelo fardo da culpa, em tentar exterminar outras pessoas chamadas de “raças inferiores” – os judeus, e segundo pela vergonha de assumir que aqueles atos foram atos coletivos e não apenas realizado pelos integrantes do governo de Hitler, mas sim pela sociedade alemã.

   Devemos ressaltar aqui, o porquê de a sociedade alemã ser uma das grandes culpadas pela realização de um dos atos mais vergonhosos da humanidade – o Holocausto. Para entendermos um pouco a sociedade alemã, devemos analisar o contexto da época e através disto conseguimos compreender o porquê dos atos racistas.

   Ao analisarmos o contexto histórico Europeu do final do século XIX e inicio do século XX, percebemos que a idéia do racismo com judeus, negros e homossexuais não é um pensamento só do governo nazista e tampouco da sociedade alemã, mas sim uma idéia difundida em toda a sociedade Européia, ou seja, não é uma idéia isolada do governo nazista. Isso deve-se ao aparecimento de algumas teorias tidas como cientificas, que estabelecia a existência de raças humanas inferiores e outras superiores, estas teorias são: o Darwinismo social, a Craniologia e a Eugenia. Foram essas teorias, apresentadas como cientificas que formulou a idéia racista na sociedade Européia.

   “A evolução das espécies” foi uma teoria elaborada pelo cientista inglês Charles Darwin no século XIX, onde o tema central da discussão era a evolução dos mais fortes, segundo o Darwin apenas as espécies mais fortes e superiores tenderiam a sobreviver, e as inferiores entrariam em extinção, foi aparte dessa teoria, que surgiu na Europa o pensamento do darwinismo social, onde de acordo com a teoria existiam diferentes “raças humanas”, algumas superiores e outras inferiores, de acordo com esse pensamento a raça européia era a raça superior e as outras tenderiam a desaparecer.

   Craniologia foi outra teoria vista como cientifica que proliferou ainda mais o pensamento racista na sociedade européia, essa teoria tinha como base de estudo os crânios humanos, era feito a comparação de diferentes crânios humanos para concluírem que existiam “raças humanas” com crânios maiores e mais bem estruturados, e conseqüentemente para concluírem que existem raças humanas superiores á outras, os grupos humanos que possuíam os crânios maiores e mais definidos eram raças que tinha a capacidade de subjugar outras.

   Outra teoria bastante difundida na Europa foi a Eugenia, essa teoria ganhou muita importância no final do século XIX e inicio do século XX, foi na Inglaterra que muitos estudos foram feitos, patrocinados inclusive pela fundação Rockefeller, um dos maiores grupos de empresário do mundo naquela época. De acordo com essa teoria a “raça européia” era uma “raça humana” superior as demais, mas estava ameaçada, pois as raças humanas tidas como inferiores, negros, judeus, homossexuais, deficientes mentais não estavam em processo de desaparecimento, ou seja, não estavam sucumbindo como previa o “darwinismo social”, e isso coloca em risco a “raça pura” – A Européia. E para a eugenia, algo deveria ser feito, teria de haver um controle destas raças humanas postas como inferiores, até mesmo para a preservação da raça pura.

   Para os dias atuais estas teorias raciais parecem um absurdo. Mas foram colocadas para a sociedade européia no final do século XIX e inicio do século XX como teorias inquestionáveis e com patamar de ciência, e para aquela época o conceito de teoria cientificas era verdades confiáveis. Portanto estas teorias tinham ares de ciências sendo totalmente aceita pela sociedade européia, ou seja, esse pensamento racial estava totalmente enraizado na cultura da sociedade européia, o pensamento racista europeu não foi uma atitude criada da noite para o dia, e sim através de uma sistemática séria de estudos tidos como científicos discutidos por quase um século no continente europeu.

   Portanto, a Alemanha Nazista de Hitler estava dentro deste contexto histórico, e assim como toda a sociedade européia a Alemanha enraizou culturalmente essa idéia racista. Mas o grande diferencial foi que a Alemanha Nazista colocou em pratica o pensamento racial. O estado nazista levou a fundo as teorias raciais, com a construção dos campos de concentração para o extermínio de judeus (onde 6 milhões de judeus foram mortos), e com o consentimento da sociedade alemã e boa parte da Europa, onde os alemães colocaram a raça ariana como sendo a raça humana superior as demais. Portanto não podemos jamais entender ou dizer que a perseguição aos judeus, homossexuais e negros na Alemanha nazista foi uma realização racista apenas do Hitler e seu governo ou de uma dúzia de pessoas, mas sim um ato coletivo da sociedade alemã. O governo de Hitler colocou em prática o que já estava difundido e enraizado na mentalidade européia e conseqüentemente na Alemanha, por conta das teorias raciais.





LENHARO, Alcir. Nazismo: o triunfo da vontade. São Paulo, ática, 1995.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

UMA PERGUNTA NÃO QUER CALAR! O QUE É SER UM HISTÓRIADOR?

Luan alendes

Graduado em história, UERN



    De acordo com a Ângela de Castro Gomes em sua obra “História e historiadores”, o historiador não é apenas um historiador, e sim também um pouco antropólogo, geógrafo, sociólogo e outras áreas de conhecimento que envolva o estudo do ser humano e a sociedade.

    O historiador é o responsável pela construção sistemática dos fatos históricos e temáticas sobre as ações dos homens, cabe ao historiador analisar de maneira cientifica e sistemática as fontes históricas para o esclarecimento do objeto estudado, cada profissional tem sua maneira especifica de analisar suas fontes, pois a formação profissional de cada um tem suas particularidades, existem várias correntes historiográficas e campos de estudo, onde em particular o historiador opta por sua área especifica.

    O historiador deve está atento as várias mudanças que pode ocorrer na interpretação de um fato histórico, pois todo historiador deve saber que os fatos históricos são temporais, a história é relativa e a verdade absoluta é sempre questionada no campo de estudo da história, todo e qualquer historiador deve ter a consciência que os fatos históricos sofrem criticas e mudanças, estão sempre sendo reescritos por diferentes pontos de vista, pois cada historiador tem sua formação historiográfica e campo de estudo diferente, possibilitando diversas interpretações dos fatos históricos.

    Cada historiador tem sua vertente a ser seguida. De acordo com o ponto de vista dos historiadores um fato histórico pode ter vários sentidos, vejamos o golpe militar de 1964 no Brasil, ele pode ser visto por uma vertente política, assim também como por uma vertente econômica, social ou cultural; ou seja, o ofício do historiador é interpretar o fato histórico usando sua metodologia de pesquisa onde foi formado e seguindo os parâmetros científicos e metodológicos de maneira responsável.

    O historiador Também deve ter a consciência que um fato histórico interpretado e construído por ele pode sofrer criticas e ser interpretado de maneira diferente com outra visão, podemos observar alguns exemplos ocorridos, como, “a guerra do Paraguai (1864-1870)” que há muito tempo vinha sendo interpretado pela historiografia tradicional de maneira que o Paraguai era atrasado e a causadora do conflito tinha sido a influencia da Inglaterra; atualmente novas interpretações foram feitas, novos estudos históricos foram realizados, a idéia é que o Paraguai não era necessariamente atrasado pois existia um grau de industrialização no país, e também descobre-se que a Inglaterra não teve aquela influencia tamanha que a historiografia tradicional defendia, em fim não entraremos em detalhes neste assunto, o interessante é observamos como o fato histórico pode ser visto por vários ângulos pelos historiadores, ou seja, o mesmo fato histórico pode ser visto de vários maneiras e o mesmo documento analisado pode significar uma outra visão.

    O historiador moderno, após o século XIX, é um historiador que interpreta as fontes históricas seja ela escrita ou não. Hoje, o conceito de fonte para o historiador é muito abrangente, desde que seja usada corretamente podem ser utilizados vários meios que possa contribuir para a construção do fato. Escrita, imagens, oral, sendo usado como prega os meios historiográficos essas fontes podem ser utilizadas.

    Devemos lembrar, o historiador sabe que o quanto mais distante do fato ocorrido no tampo ele esteja, a sua analise e estudo do acontecimento será mais precisa, ou seja, para o historiador é mais viável analisar um fato ocorrido há muitos anos, como séculos, que um acontecimento há cinco ou dez anos atrás. Como comentou a Ângela de castro “é do alto da montanha e dos ombros do gigante que contemplamos um horizonte mais amplo”.









O historiador

O HISTORIADOR



A fundação deste blog é um dos meios utilizados para mostrar o importante papel do historiador no meio social, usaremos para transmitir conhecimentos de alguns fatos históricos do Brasil e do mundo. Por incrível que pareça só neste ano de 2010 essa profissão foi legalizada no senádo federal como uma profissão dentre tantas outras no Brasil. Se esse fato pode ser interpretado como descriminação? Não sabemos, mas, que o historiador e sua profissão foram desrespeitados isso não duvidamos...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sejam bem vindos...

Esse blog estara pronto para informar as novas visões historiográficas no campo de estudo da história, portanto sejam bem vindos ao espaço do conhecimento...